No período de Análise e Discussão do Relatório de Contas de 2020, da Reunião de Executivo Municipal de 16 de junho, o Vereador Tiago Malato, relembrou as palavras do Presidente da Câmara, sobre a Zona Industrial de Castelo de Vide.
«Resolve o presidente contrapor ao que foi dito e acontecido uma outra vontade, aparentando que o que disse afinal não aconteceu. Sr. presidente, a minha memória é seletiva. E neste caso tenho a certeza do que aqui afirmo. Vou-lhe relembrar então:
Em 2014 comprometeu-se em Assembleia Municipal com o compromisso a 365 dias de maximização de Zona Industrial, anseio dos castelo-videnses de há muito adiado. Na altura fiz a minha crítica a essa figura, falando da história das zonas industriais, da oportunidade perdida no concelho, antes da migração de uma série de empresas para fora do centro da vila, da falta de capacidade, em fixar, nomeadamente a empresa MI Madeiras, que migrou para o Crato, e da necessidade de reserva para indústrias no concelho que poderia ser resolvida através de Zonamento e reserva de área de vocação industrial para qualquer procura que pudesse acontecer. Sobre este compromisso fui relembrando-o nos anos seguintes, na ausência de concretização. Entretanto, no debate que tivemos na Rádio Portalegre, por altura das últimas eleições de 2017, confrontei-o com esta promessa não concretizada ao que o senhor afirmou o contrário que dizia anteriormente, que Castelo de Vide não tinha vocação Industrial e que Portalegre estaria muito mais vocacionado para a indústria a julgar pelo espaço existente na sua Zona Industrial.
Na reunião posterior em que deu a conhecer a aprovação da candidatura da expansão da Zona Industrial, voltou-se para mim no fim da reunião e disse: “sabe a quem se deve a Zona Industrial? Deve-se a si!” E explicou-se que no momento da apresentação de diversas candidaturas, disse para o técnico responsável para avançar também com a Candidatura da Zona Industrial, ao que o técnico lhe disse que a candidatura não seria aprovada e ao que o senhor insistiu para meter para “calar o Vereador Malato”. As palavras foram suas. Eu sorri e depois foi falado sobre a inauguração em que, não estando na Câmara seria convidado. Sr. Presidente, as palavras foram suas e foram registadas/ gravadas em reunião de câmara.
Agora a Zona Industrial passou a ser importante no seu discurso e entendo que hoje não se queira lembrar deste facto, que de resto já aqui o referi algumas vezes.
Diz também o atual Presidente, na sua alocução que “Não vamos deixar dívidas” para o próximo executivo. Não vamos deixar dívidas, mas vamos deixar compromissos e custos fixos e regulares de funcionamento. Chamo aqui, por exemplo, as palavras do Sr. Presidente, reportando à Casa de Cidadania Salgueiro Maia e aos custos fixos que acarretará esta obra a inaugurar daqui a 15 dias, quando afirma que ainda não está definido quem assume e em que proporção assume os custos fixos de funcionamento, para o futuro... Calculamos que seja assim para os demais projetos em obra. Não estão ainda perspectivados os custos fixos de funcionamento, que ficam não em dívida mas em incremento de despesa, independentemente da importância que possam no futuro ter e que esperamos seja muita e bem explorada.
Senhor presidente, a reunião vai longa. Permito-me prescindir neste momento de qualquer análise sobre este vasto documento de 1881 páginas, remetendo a declaração política para o momento da declaração de voto.»
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